terça-feira, 28 de agosto de 2012

Cosmogamia (primeira parte)


Todos discutem como Deus criou o mundo. Mas minha dúvida principal é: por que Ele criou o mundo? Qual seu objetivo? Ele podia tudo, para que se dar ao trabalho de tanto trabalho? Esse texto tenta responder a essa importante questão.
No início Ele era uno. E como ainda não tinha criado nada, Ele era uno e único.
Sem nada para fazer e sentindo-se sozinho naquela unidade toda, Ele conclui: algo não vai bem. Ele viu dois problemas. Um é que ele era muito complexo. Sentia que sua personalidade tinha muitas e muitas facetas, era difícil entender a si mesmo. Ele queria saber: afinal, quem sou eu?
Além disso, tinha outra coisa. Ele se sentia sozinho. Não tem sentido eu ficar aqui sozinho, sem ninguém para conversar, apenas eu, na minha unidade toda! E então ele gritou, inventando o verbo: Eu quero casa cheia. E quero novidade permanente!
Foi assim que ele inventou o verbo. Assim, meio de supetão, apenas para verbalizar sua crise.
Mas isso não resolveu o problema. Esse era, para Ele, um baita problemão, de difícil resolução.
Foi então que ELE começou a meditar. E mesmo sem ainda ter tido a ideia de separar o tempo do espaço, ele passou milênios, bilênios, de um calendário ainda inexistente, apenas ali, meditando. Seus pensamentos iam e vinham sem controle e ele nunca chegava à resposta de sua conclusão: afinal, quem sou eu?
A meditação foi tão longe que ele chegou ao transe. No início foi difícil, Ele tinha muita coisa a resolver, pendências de vidas passadas e tudo mais. Ele teve passagens difíceis, sofreu, limpou, peiou! Até que chegou uma hora que Ele, para surpresa Dele mesmo, não passava mais mal. Ele já não procura solução alguma, ele apenas vivia aquele instante. Ele foi acalmando, saindo da crise. Apenas curtindo. Foi assim que Ele realmente meditou. E logo a seguir descobriu o prazer e criou sua segunda grande invenção: o sorriso!
E foi assim que ele passou bilênios, triênios, ERAS completas apenas sorrindo de inúmeras formas. Nunca alguém sorriu tanto quanto Ele.
Foi então que, na hora que ele já tinha esquecido esse papo de 'Quem sou eu?', na hora que ele já se sentia muito bem sozinho mesmo, Ele - FINALMENTE e ainda de forma inconsciente – fez sua primeira criação.
Foi assim, de súbito, como se viesse do nada. De repente ele - mesmo sem ter inventando a visão - viu alguém perto dele.. Foi quando ele criou esse SER. Ele percebeu como é gostoso ter companhia.

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