Desde
criança mamãe me dizia:
“Menino
você é uma peste”
Na
escola também, a professora gostosinha dizia:
˜Menino
, você é uma peste”
Meus
colegas, assépticos e hipocondríacos, viviam com medo de mim
“Sai
para lá... Peste. Empestiado"
Foi
assim que a solidão foi corroendo meu peito. Afinal, eu sou peste,
mas também sou filho de deus. Não aguentava mais ser excluído
pelos colegas
Meus
únicos amigos eram a morte, uma menina gótica meio gordinha e super
depressiva. E a Fome, uma outra maluca noiada que tinha um ideal de
beleza absoluta e pregava a fome ampla geral e irrestrita.
Éramos
a turma do fundão e nosso líder era o Senhor Guerra, um garoto
megalomaníaco que queria conquistar o mundo.
Como vivíamos isolados e não tínhamos muito que fazer
e precisávamos de algum motivo para viver começamos a ouvir as
ideias do senhor guerra.
Ele
ficava botando ideias malucas em nossa cabeça, ideias que colava
para cada um de nos.
Para
a morte ele dizia que a vida não faz sentido. E que o melhor que
podia fazer é matar os humanos
Para
a Fome o Senhor Guerra era quase um nazista. Dizia que as pessoas são
muito imperfeitas e que temos que aperfeiçoar a espécie
exterminando os quilinhos – e os gordinhos – excedentes. A fome
vibrava em seu ideal de perfeição absoluta.
E
para mim ele trabalhava com meu rancor. Eu que fui considerado uma
peste a vida toda agora podia empestear a todos, contaminar a todos,
foder a todos...
Fui
aos poucos entrando nessa...
Fomos
crescendo e ganhando estatura e convicção. Compramos cavalos para
nos dar poder. Arrumamos uns instrumentos simbólicos
Começamos
a planejar o nosso dia, o dia do apocalipse!
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