“A
única coisa que tenho a dizer sobre a morte é que SOU CONTRA. Não
concordo. Não posso concordar. Acho mal feito, feio, ruim.”
“Em
geral eu acho Deus um cara talentoso. Admiro sua obra, ele fez várias
coisas legais. Mas não é perfeito. Ao menos para mim, ele não é
perfeito. Prova disso é a morte que considero uma péssima solução
dramatúrgica.”
“De
uma personagem niilista e consumista que reflete sobre a real
importância do fútil: “Quem tem real consciência da morte sabe
que só a morte importa." O resto é fútil. Como eu sou contra
a morte, só me resta o fútil para ajudar a esquecê-la. Seja o
fútil que for, da tudo na mesma”.
“Há
quem considere um absurdo existir vida após a morte. Eu concordo.
Assim como é um absurdo existir vida antes da morte.”
“Sei
que a história tem que andar e as coisas têm que transformar e tal.
Tá certo, eu sei... O show tem que continuar. Mas Deus podia ter
dado uma solução diferente. Podia ao menos ter dado a absoluta
certeza a todos os personagens que a vida continua após a morte. Mas
não. Ele faz questão de deixar nos prender pelo suspense, de não
deixar a mínima dica sobre como será o próximo capítulo. Nada,
nadinha. Só para testar o público. É louco isso de sermos
personagens e público ao mesmo tempo. Sei que enquanto publico isso
de não saber o desfecho fica mais interessante, o filme fica mais
emocionante. Mas enquanto personagem eu discordo, é muita
expectativa, eu sofro demais. Acho que ele podia ser mais humano com
seus atores personagens. É por isso que eu diga: Hay muerte? Sou
contra!”
“E
cá entre nós vida e morte, aliás, são coisinhas bem absurdas.”
“Mas
não acho mais absurdo existir vida após a morte do que antes da
morte. E absurdo por absurdo... Eu escolho o que quiser.”
“Estou
cada vez mais convencido: a consciência e a presença da morte é
fundamental para aproveitar bem a vida!”
“Um
único exemplo: imagina se toda vez que eu fosse falar eu tratasse
essa fala com a importância das "últimas palavras". Não
falaria mais bobagem nunca. ”
“ O
perigo de pensar na morte é você ficar ansioso e querer aproveitar
a vida. Aí fica tudo muito tenso, rápido, cansativo... Nada mais
chato do que estar ansioso para se divertir.”.
“O
legal é que na grande maioria dos momentos da vida, NA GRANDE
MAIORIA MESMO, você NÃO morre! “
“ Você
só morrerá por um segundinho. E lá na frente. Até o momento da
morte esta ganhando esse jogo. E de goleada. Pensar na morte nos faz
perceber a vitória da vida”
“Por
isso na hora h mesmo, na hora da morte, você podia ser mais
tolerante com a dita cuja.”
“Eu
sei que o seu time é o da Vida. Sempre foi e sempre será. A morte é
o antagonista. Mas pense bem: o seu time esta ganhando de goleada.
Oque que tem a morte fazer um golzinho?”
“Além
disso, há quem diga que logo após o golzinho da morte a vida
reassume o controle do jogo. E começa outra vida!”
“Bem
esta bom... concordo. Isso é fé, não dá para garantir.”
“Mas
ok. Não podemos provar que existe vida após a morte. Mas uma coisa
é certo: não deve haver morte depois da morte. Ao menos não logo
em seguida. Acho estranho imaginar que logo depois de morrer eu
morrerei de novo. No mínimo um tempinho eu estaria vivo.”
“Então,
de toda forma, a vida sempre ganha de goleada! A morte é um
segundinho e a vida mais curtinha que existe são várias milhares de
segundinhos. Oba! A vida arrasa. Estamos torcendo pelo time certo.”
“Tendo
consciência da vitória da vida sobre a morte você supera a
ansiedade chata de "aproveitar a vida". Mas continua
valorizando cada instante dela. ”
“Você
só chega à iluminação através da consciência da morte. Aliás,
o que é a meditação além de uma morte em vida?”.
“Um
dia todo homem cederá a uma força maior. Esse dia chega logo de
cara. Ele tranquilão, curtindo a placenta e de repente, tem que
nascer. Depois continua cedendo. Cede ao pai, à mãe, a professora,
a namorada, ao filho adolescente, ao chefe, e finalmente, cedera ao
maior de todos. Um dia todo homem terá que ceder ao maioral, ao
maior de todos, terá que relaxar e deixar se dissolver. Morrer, é o
nome que costumamos dar. Quanto antes ceder ao maioral melhor. Para
ceder é só meditar e entrar no fluxo. Mas tem gente que só cede no
suspiro final. Sofre mais. Morrer é invasão, dissolução do eu.
Uma visão politicamente incorreta da morte poderia dizer: se o
estupro é inevitável, relaxa e goza!”
“Há
algumas coisas que eu levo tão a serio que o único jeito de lidar
com elas é brincando. A morte é uma delas, mas não a única.”
“Acho
que o certo é tratar tudo como trato a morte. Levar tudo muito a
serio e, portanto, brincar com tudo. Isso é perceber a morte
cotidiana.”
“Às
vezes eu percebo que a morte eu levo super a sério. Já a vida, eu
não estou nem aí. Preciso aprender a levar a vida mais a sério.”
“Deve
ser porque a morte é um acontecimento único. Se fosse um roteiro,
seria um ponto de virada. Já a vida é um monte de cena cotidiana.”
“Perguntas
para espiritas iniciantes: depois que você morre, seu pai continua
sendo seu pai? Quantos pais devo ter então? Haja. Se um já é
chato...”
“Ou,
na verdade, mesmo no mundo astral não existe isso de famílias? É
tudo tipo aquelas nuvens do google, as nuvens de relacionamento.”
“Criar
dramaticidade para a morte é algo muito burro. Afinal não existe
chance de não acontecer. Sendo assim, melhor tirar o drama.”
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